quinta-feira, 16 de maio de 2024

Casos clínicos 4 - Atendimentos de saúde mental em posto de saúde

 Caso 1:

L.M., 68 anos, feminino, casada, 4 filhos, EF incompleto, natural de Limoeiro do Norte e procedente de Fortaleza; evangélica, aposentada;

Em uso de:

1) Amitriptilina 25mg (1-0-1)

2) Sertralina 50 mg (0-0-1)

3) Losartana 50 mg (1-0-1) (Tomando sem prescrição)



Paciente retorna para consulta relatando estar melhor do quadro ansioso. Relata que fez cirurgia para catarata há 1 mês e que isso a deixou mais ansiosa que o habitual, diz ficar ansiosa com os casos de violência do bairro. Nega choro fácil. Gosta de ir à igreja. Diz que sono nunca foi bom, atualmente deitando às 20h, mas conseguindo dormir por volta de 2h. Acorda 5h.

Avaliação:

Paciente com níveis de ansiedade controlado no momento

Insônia


Conduta: 

Aumento dose de sertralina

Reduzo quantidade de amitriptilina


Caso 2:

L.L., 22 anos, casada, 2 filhos (7 e 5 anos), um com o parceiro antigo e o mais novo com o atual.

#Diagnósticos: TAG, TDM

Em uso de:

1) Sertralina 50 mg (2-0-0)

2) Alprazolam 0,5 mg (0-0-2)



Paciente vem para consulta de retorno. Refere que está tomando 2 comprimidos de sertralina por dia (estavam prescritas 4 comprimidos). Reduziu pois sentiu que "era remédio demais". Afirma que nos últimos dias vem sentindo mais tristeza e impaciência. Citou que no dia das mães e em aniversário se sentiu bem mal (mãe faleceu em 2021 - era acompanhada no hospital mental - não sabe a causa da morte mas acredita que foi suicídio), ficando mais triste e angustiada. Passa o dia sozinha em casa (filhos na escola e esposo trabalhando) e não tem vontade de fazer nada durante o dia, passando o dia no celular. Diz que tem alguns episódios de agitação. Quando questionada sobre o sono, diz deitar às 22h mas só conseguindo dormir às 0h. Tem boa relação com a irmã. Diz que esposo não entende o seu quadro de saúde mental, afirmando que o seu relacionamento com ele é conturbado (agressão física e verbal). Faz acompanhamento com psicólogo. Passa o dia no celular e atualmente está fazendo musculação (5x por semana). Não tem religião. Já fez terapia em grupo na oca, mas não gostou.

Avaliação: Paciente provavelmente com transtorno de ansiedade borderline a esclarecer. Impulsividade e certa agressividade chamam a atenção. 

Conduta:

Mantenho medicamentos

Reforço importância de terapêutica com psicoterapia.

Recomendo manutenção da realização de atividades físicas

Retorno em 2 meses


Caso 3:

R., 46 anos, casado, natural de Cascavel, procedente de Fortaleza, padeiro, possui uma panificadora com sua esposa, evangélico e pai (filhas biológicas com 22 anos e 24 anos), vive com esposa.

Em uso de:

Venlafaxina 75 mg (1-0-0)

Alprazolam (se necessário)



Vem para consulta de retorno referindo estar melhor do quadro de depressão grave que teve há alguns anos atrás. Diz que se sente realizado com panificadora que tem, que se sente feliz com a vida. Relata que mantém psicoterapia e toma medicamentos nos horários indicados. Quando questionado, refere ter tido uma certa tristeza pelo fato de ter iniciado a tomar insulina todos os dias, já que está com a glicemia descontrolada. Está no processo de mudança de certos hábitos a fim de ter uma vida mais saudável. Agradece cuidados do médico do posto e se diz grato por tudo.

Avaliação: Paciente em franca melhora do quadro depressivo

Conduta: Mantenho medicamentos e reforço importância da manutenção dos bons hábitos.


Caso 4:

M., 61 anos, casada, procedente de Fortaleza, trabalha na casa de irmã, religiosa, ensino médio incompleto.

Em uso de Sertralina 50 mg (1-0-0)



Paciente vem para a consulta de retorno relatando estar da mesma forma que antes. Trabalha na casa de irmã de segunda a sábado, não possui férias nem horários livres e não ganha salário, apenas "ajuda". Refere ser maltratada pelo cunhado, que possui "brincadeiras sem graça". Além disso, marido é alcóolatra e passa o dia fora de casa. Relata que sofria agressões do ex-parceiro, mas que hoje em dia, apesar de marido ser alcóolatra, não sofre mais agressões.

Avaliação: Paciente sofre com síndrome do cuidador

Conduta: Mantenho medicamentos e oriento sobre importância de sair mais do ambiente do trabalho, recomendo atividades na oca ou mesmo ajuda psicológica.

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