quinta-feira, 9 de maio de 2024

Casos clínicos 2 - Ambulatório de psiquiatria (Déficit cognitivo + Transtorno depressivo maior)

CASO 1:

H., sexo masculino, xx (40-50) anos.

Paciente com crises convulsivas desde os 2 anos + importante déficit cognitivo.

Paciente chega ao ambulatório de psiquiatria para consulta de retorno.

S: Paciente vem para a consulta referindo que está bem e que tem conseguido manter atividades diárias. Quando questionado sobre seu humor nos últimos meses, apresenta uma resposta de característica tangencial, de linguajar rebuscado, porém com erros gramaticais claros. Sobre sua convivência, refere viver no segundo andar de uma casa cujo pai vive no andar debaixo. Sua irmã, que frisou ser uma pessoa importante, vive do outro lado da rua e dá auxílio sempre que pode. Relata que ajuda o pai dando seus remédios, mas reitera que vivem em casas diferentes. Apresentou incômodo visível ao ser interrogado sobre seus outros relacionamentos, sejam eles de amizade ou amoroso. No decorrer da consulta, passou a apresentar outra postura, utilizando artimanhas de superioridade para se comunicar (aguardava os alunos que estavam coletando a história concluir as frases que eram faladas por ele "...isso é um processo de autoaceitação, que tem relação com a psicolo..... GIA!"). Em determinado momento, questionou aos acadêmicos quanto pagavam para estudar na universidade e se haviam tido oportunidade de alguma bolsa ou ajuda familiar, em seguida fazendo certa crítica aos próprios familiares, que segundo ele não o ajudaram a concluir o seu curso. Refere que chegou a concluir ensino médio e logo após, iniciou curso de graduação, salvo engano em área de TI, mas não chegou a concluir. Por fim, foi chamada a professora, que concluiu a consulta mantendo os medicamentos e marcando um retorno em alguns meses.

O:

Exame do Estado Mental:

Apresentação: Paciente bem vestido, com roupas adequadas para ambiente de consulta. 

Consciência: Alerta 

Atenção: Hipotenaz e Hipervigil 

Sensopercepção: Não foi observado indícios de alucinações. 

Orientação: Orientado autopsiquicamente. Desorientado temporalmente. 

Pensamento: Fluxo irregular. Discurso prolixo. 

Humor: Eutímico

Afeto: Normomodulado

Juízo: Ideia sobrevalorada de ???

Memória: Aparentemente preservada 

Inteligência: Presença de déficit cognitivo

Consciência: Insight incipiente 

Vontade: Normobulia

Psicomotricidade: Fala com curso e velocidade normais.


A: Paciente com déficit cognitivo

P: Mantenho medicamentos e marco consulta para alguns meses.

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CASO 2:

L., sexo feminino, xx (60-70) anos. Professora de matemática aposentada, vive e mora com seu marido, que é um alcoólatra, possui 4 filhos e uma amiga que ajuda bastante no dia a dia. 

Paciente acompanhada por transtorno depressivo maior e sintomas ansiosos.



S: Paciente vem ao ambulatório de psiquiatria queixando-se de perda de memória recente, apresentando dificuldades de lembrar o que tinha ido fazer em determinada ocasião, ou mesmo o que havia sido dito para ela momentos antes. Questiona mais de uma vez se há possibilidade de ser encaminhada para neurologia, a fim de avaliar esquecimento recente. Conta que há 3 anos apresentou caso de AVC e isso a preocupa bastante. Quando interrogado sobre atividades de lazer, refere que iniciou atividades em academia há 2 semanas e que já está sentindo algumas mudanças importantes de humor e de disposição. Entretanto, queixa-se que está ganhando peso, e refere que atualmente ainda não segue nenhuma dieta. 

O: Foi feito com a paciente o Mini exame do estado mental, que demonstrou clara perda de pontuação na memória de evocação e de atenção e cálculo. Após avaliação da professora, foi recomendada a avaliação com o MOCA (Montreal Cognitive Assessment), que também deduziu déficit de atenção e memória.

A: Paciente com perda de memória recente importante, ainda por avaliar.

P: Solicito exame de imagem  (RM) para avaliar possível etiologia de esquecimento. Encaminho para nutrição.


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